Serpro participa de debate pela informatização da escola pública brasileira
O assunto informatização da Rede Escolar Pública, suas conseqüências no aprendizado e na inclusão digital, foi tema de audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 26.
A audiência promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática – CCTCI, em parceria com a Comissão de Educação e Cultura – CEC, teve seu debate centralizado nos resultados do estudo "Lápis, Borracha e Teclado – Tecnologia da Informação na Educação – Brasil e América Latina", elaborado pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana e o Ministério da Educação - Ritla.
Marcos Mazoni, diretor-presidente do Serpro, participou da audiência pública e teve a oportunidade de ressaltar a necessidade e o esforço do Serpro para unificação das políticas públicas. “É necessário que as empresas estaduais busquem o diálogo para começar o trabalho de unificação das ações de informática, tanto no mundo da conectividade, quanto no desenvolvimento e utilização de software", afirma.
Mazoni chamou a atenção dos presentes para os projetos do governo federal no âmbito da informatização das escolas públicas, destacando a lógica utilizada no Projeto UCA - Um Computador Por Aluno. “A rede utilizada nas escolas do UCA é a rede Mesh, tecnologia que permite que uma máquina roteie a outra. Assim, não é necessário iluminar toda a cidade, porque esses computadores, mesmo desligados, possuem características que permitem esse roteamento”, explica.
O presidente apontou o uso da tecnologia da informação para a qualificação do ensino do Brasil como uma possibilidade das comunidades trazerem suas informações, seus conteúdos, sua cultura para dentro da escola. E, de acordo com ele, é isso que modifica, efetivamente, a forma das pessoas pensarem. “Essas ações geram um aprendizado muito melhor, autônomo e independente, porque permite ao indivíduo se desenvolver a partir de sua contribuição e construção no processo educacional”, acrescentou. Para o diretor-presidente do Serpro, o uso de Software Livre acelera esse processo de colaboração, já que as comunidades podem se apropriar do conteúdo e do conhecimento da tecnologia.
Lápis, Borracha e TecladoO estudo mostra a situação das novas tecnologias da informação no campo educacional do Brasil. Utilizando diversas fontes de análise, o trabalho chega a conclusões controversas quanto à eficácia das políticas públicas desenvolvidas tanto no campo educacional (informatização escolar), quanto no social (centros gratuitos de inclusão digital) para combater a exclusão digital.
O estudo "Mapa das Desigualdades Digitais" apresentado também pela Ritla demonstra que a desigualdade digital reproduz e reforça as desigualdades existentes na sociedade. De acordo com a pesquisa, o índice de domicílios com acesso à internet é mais baixo na Região Nordeste.
O estudo mostra desigualdades marcantes também no campo socioeconômico. No nível nacional, quanto à renda familiar per capita, nos 40% da população mais pobre, só 5,7% conseguiam acessar a rede, enquanto nos 10% mais ricos esse índice era de 58,7%, isto é, 10,3 vezes superior (ou 930% a mais).
Os resultados alarmantes da pesquisa foram os fatores que motivaram o debate promovido pela Câmara dos Deputados, com a presença do diretor-executivo da Ritla, Jorge Werthein, do consultor e pesquisador da Ritla, Julio Jacobo Waiselfisz, do secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Eduardo Bielschowsky, do secretário de ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Joe Carlo Viana Valle.
Conheça a íntegra dos estudos "Lápis, Borracha e Teclado" e "Mapa das Desigualdades".
Fonte: Serpronet
http://serpronet.serpro/serpauta/news_item.2007-09-27.1071590063
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